Observando o processo natural da borboleta pensou em como se assemelha da jornada ao autoconhecimento.
Rastejamos por entre ruas e becos sem saída. Sentimos o chão e todos os aromas que aguçam os sentidos do solo quente, frio, molhado e escorregadio. Assim como os modelos de sobrevivência fomentados por nós.
No chão, já cansados, ouvimos o sussurrar da libertação e buscamos um canto seguro e acolhedor para construir nosso casulo. No isolamento do casulo tornamos o ambiente propício para a transformação. Lá encontramos alguns suportes de autocuidado para nos ajudar nesse processo... terapia, leituras, filmes, séries, atividades físicas, alimentação saudável, entre tantos outros artifícios. Na escuridão esses suportes clareiam nossa história e construímos um novo caminho.
Após uma desordem emocional, dificuldade em acessar a infância ferida e encarar nossos atos, nos transformamos em uma bela borboleta. Por vezes quebramos etapas e uma asa nasce debilitada e todo o processo regride. Sem desistir retomamos ao processo de isolamento para compreender a vulnerabilidade do retrocesso e recomeçamos.
Com foco, paciência e coragem de se afrontar, a borboleta sai do casulo, bela e esplendorosa.
O embelezamento da autonomia e o voo libertador pelos campos e jardins será sua salvação. Com a força do autoconhecimento estaremos livres dos padrões que nos deixam no chão e cicatrizamos as feridas com amor e perdão.
Libertar todo ressentimento de ter vivido uma vida para e pelos outros deixará as asas sadias. E mesmo que uma ou outra tropece ao voar teremos a certeza de que voltar ao casulo será o lugar seguro de acolhida. Esse deve ser o processo natural do ciclo da vida.
Priscila Guimarães
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