Pode ser que borremos as imagens ao tentar explicá-las. Palavras são menos profundas que imagens. Elas embotam a visão. Foi o que disse Manoel de Barros. Ela sabia que a função da poesia é fazer sonhar, Reconciliar a pessoa com o sagrado. E descobrir nos trapos novos tropos para narrar. O trabalho do poeta é criar imagens que já não se usam mais. E reinventar aquilo que foi jogado no lixo. É por isso que sempre me visto com os desusos da gramática. Queria uma Gramática Encantada desenhada pelos sonhos dos desimportantes da Lavagem. E talvez a poesia pudesse ter uma cor que nunca teve. A cor da gente negra, pobre e nordestina. A cor que faz o infinito suspirar.
Marcos Andrade Alves dos Santos
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