Verifico os bolsos e cadernos, faltam palavras,
Nada, além do acaso que nos une, está escrito,
É tempo, ainda, de considerações
Acerca do amor que vivo e repito.
Por todo o mar que nos separa, derramo
A essência triste deste dia,
A lírica padece, os olhos cerram-se,
O resto é só sinestesia.
Resiste, na distância, o sentimento
- Declaro guerra a toda abstração -
Quero viver o que é concreto
Mesmo que o concreto seja a solidão.
Não há pares além do par que somos
E, por capricho, nós nem somos nada.
Descanso o corpo sobre as ondas,
Há batalhas que não devem ser travadas.
Ulisses de Carvalho
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