O sono purga um som para fora dos meus olhos.
Meus tímpanos só fazem concordar.
Meus olhos escoam, minha testa
se abre para aplaudir.
Os acordes são a madrugada, a madrugada
é hipertensão. Não sei se é ansiedade ou arritmia
a matar-me esta noite, no silêncio dos
acordes, os acordes, os acordes.
Miopia, astigmatismo, estrabismo me explodem.
À otite sobrou uma mosca.
Tudo se move, o mundo
faz negar a si próprio.
O tambor, ao longe,
longe ecoa. Nada é suficiente
para libertar-me e, enfim,
acabar – começar – acabar.
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