Um mato de fim de era
Fechou o caminho velho
De rua não transitada
De nome já esquecido
Mata-pasto, mato grosso, mato alto
Mato rua, nome velho e memória
Ainda apago da lembrança a história
Do perjuro que me fez morrer à míngua
Virou a história lenda
A lenda tornou-se mito
E o mito morto o Estado
Do “nada havia antes"
Mata-pasto, mato grosso, mato alto
Mata a rua que morria devagar
E a foice e a enxada que matou
Marmeleiro que sequer disse um ai
Parede virou tijolo
Tijolo voltou a barro
E o barro assentado solo
Do limbo que nada lembra.
Sepultei a casa velha cuja alma
Já havia desabado para o sul
Onde a alma do negócio se mantém
Do vintém que aliena o homem nu.
Leandro Costa
Instagram: @entrearvoresememorias
Comentarios