Chão-limite
Pra elas pousarem
Depois de voarem
Por cima das casas e medos
Avançando por
Nuvens imaginárias
De algodão e lágrimas
Derramadas sobre a terra
Emergindo o aroma
Doce-fruta de mata.
Meninas crespas
Vestidas de vento
Nos céus a bailar
A canção das musas
Livres
Avistando bem do alto
Os pés dos incautos
Que acreditam serem o máximo
Uma pena!
Pois, só olham pra baixo,
Jamais pra cima
Nunca para os lados.
Meninas voadoiras
Pandeiros e folhas
Em mãos e cabelos
Singelas
Magricelas
Gordas
Alegres
Faceiras
Tão belas
São elas
Sempre perfumadas
Flores brotando
No espaço
Da própria liberdade.
Lilian Gonçalves
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