Eu não consigo caber em tudo.
Escrevo como um exercício de liberdade.
Escrevo para sonhar de novo.
A força do mistério me encanta.
Rabisco letras como o menino experimenta passos.
E arrisco cair.
Eu não consigo caber em todo canto, só me interessa conversar em língua de ave.
Quero despertar o sol com gorjeios.
Quero me sentar com uma velha na beirada da tarde e ninar seus silêncios.
Quero conhecer como uma velha ainda sonha...
Porque os sonhos de uma velha são coisas para as quais não se tem mais tempo.
Não consigo caber em tudo.
Mas eu queria ser sonhado por uma velha...
Marcos Andrade
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